hoje sei

Não posso dizer que não. Acho que ninguém pode dizê-lo. Por pior que o nosso passado, e as pessoas presentes nele, nos tenham feito, às vezes, temos saudades de como tudo era e de quem estava na nossa vida antes de tudo ter mudado. Eu não sou diferente, se não sou diferente... E como gostava de ser diferente! Acho que tinha um poder especial para me aproximar de pessoas que me faziam mal. Acho que a minha ingenuidade sempre me bateu em pontos! Sempre consegui ver o bem nas pessoas, ou achar que ele existia, de alguma forma. O meu mal? O meu mal era rebaixar-me a tal ponto que achava que merecia tudo de mal que me faziam, e a maneira como era tratada. Acho que fui magoada tantas vezes que tornei isso um vício. Hoje estou de pé e a caminhar. Com muitas feridas, é verdade, mas agradecida. Agradecida por cada uma delas. Hoje finalmente consigo dar-me valor e gostar um bocadinho de mim, pode não ser muito, mas um passo de cada vez! Por isso: obrigada. Hoje não me contento, não me conformo. Hoje não fico satisfeita com o que tenho se sei que mereço melhor, e devo isso a cada uma das feridas que me fizeram.

"Todas as relações têm uma lei: nunca deixes o outro se sentir sozinho, especialmente quando lá estiveres"

E hoje sei que posso (e devo!), esperar tanto da pessoa com quem estou como eu ofereço. Não é preciso dizer "amo-te" para dizer "amo-te" ou para sabê-lo. Hoje sei que tenho comigo alguém que gosta mesmo de mim exatamente por aquilo que eu sou, e que me faz não sentir a necessidade de mudar algo em mim. Sabem o que é melhor? Sentir que não me tenho de preocupar com nada de uma relação. Posso ter o foco colocado em mim pela primeira vez e, for the first time, isto é uma relação que me faz sentir bem e que não adiciona mais um problema ao pesadelo que a minha mente é.
Um obrigado ao passado que hoje me trouxe até aqui.


Daniela

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